Invasão no Tarumã é desativada e Semmas agora controla a área
Depois de inúmeras tentativas de negociação que não tiveram resultados no dia de ontem (17), a Polícia Militar (PM) cumpriu, na manhã deste sábado (18), o mandado de reintegração de posse da invasão conhecida como José Alencar, no Tarumã. Alguns moradores do local começaram a sair ainda na madrugada de hoje. Apenas um, dos sete mandados de prisão foram cumpridos, segundo a Policia Civil (PC).
A imprensa só teve acesso a invasão às 10h. Segundo a PM, os repórteres não puderam entrar no local por conta do tumulto causado mais cedo com a entrada da polícia. Cerca de 500 policias militares participaram da operação juntamente com o Corpo de Bombeiros, Samu, Batalhão de Choque, Batalhão Ambiental e a Prefeitura de Manaus.
Maria das Graças, 60, é uma das pessoas que decidiram sair do local de maneira pacífica. De acordo com ela, o tumulto na região começou ainda de madrugada, quando a polícia começou a entrar na invasão.
“Nunca pensei que eu, como brasileira, ia ser tratada assim pelas autoridades”, destacou. Desempregada, Maria das Graças veio do Careiro da Várzea, município a 25 quilômetros a leste de Manaus, e residia no local há 3 meses com a filha e os sete netos.
Todos que deixavam o local reclamavam da forma como a polícia estava fazendo a retirada. “As pessoas que não saíram dos barracos foram tiradas a força. Até as crianças foram mal-tratadas”, afirma Maria das Graças.
A área invadida já está sendo desativada pela Prefeitura de Manaus e pela Semmas. A maioria dos barracos já foram destruídos. Os moradores estão sendo orientados pela policia a retirarem seus pertences do local o mais rápido possível.
Segundo o major da PM, Hermes Silva, a partir de agora a Prefeitura e a Semmas vão controlar a área invadida. “A Prefeitura vai tomar as providências para evitar que novos ocupantes se instalem no local. E nós da PM vamos manter o policiamento durante um tempo”, afirmou o major.
Hermes informou, ainda, que a maioria do ocupantes da área tinham para onde ir. Não se sabe para onde serão levadas as famílias que não tem onde ficar.
Ontem, a PM e a Prefeitura já haviam tentado cumprir o mandado de reintegração, mas como a operação não teve sucesso, as famílias tiveram até as 5h da manhã para sair do local antes da invasão da polícia, conforme Hermes. “Ontem nós esgotamos todas as nossas possibilidades de negociação. Nossa intenção nunca foi entrar em conflito com a população”, finalizou o major.
De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), três ônibus estiveram no local para fazer a remoção das pessoas que decidiram deixar a invasão. Os ônibus levavam as famílias até a Avenida Torquato Tapajós.
Mandados
A Polícia Civil informou que dos sete mandados de prisão, apenas um foi cumprido. Segundo a PC, Aguinaldo Pereira se entregou ainda na madrugada de hoje. Ele estava acompanhado do presidente da comissão e Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil seção Amazonas (OAB-AM), Epitácio Almeida.
A Policia Militar contabiliza que pelo menos setenta famílias tenham deixado o local na madrugada de hoje.
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